Cadeia em Palermo é famosa por regalias; chefão do tráfico chegou a organizar a festa de casamento da filha na capela
Os mafiosos italianos presos em Ucciardone, em Palermo, foram proibidos de usar peças de qualquer grife de moda. Na lista de marcas proibidas estão: “Prada, Gucci, Valentino, Versace, Vuitton, Armani, Adidas, Nike e etc”. Segundo o jornal italiano La Stampa, a norma começou a valer depois que Rita Barbera assumiu como diretora da prisão. Rita quer acabar com a fama de regalias da penitenciária de Ucciardone, conhecida “O Grande Hotel”.
Foi em Ucciardone que Don Masino Buschetta, famoso traficante italiano morto em 2000, organizou o casamento da filha. Na academia da prisão, Michele Catalano organizou sua festa de aniversário com direito a lagosta e champanhe. Agora o reinado do luxo terminou.
A mulher de um dos detentos, por exemplo, foi proibida de entregar calças jeans da marca Trussardi e roupas de cama com o logotipo da Navigare.
“Meu marido só veste roupas de grandes estilistas e isto não é por ele ser espalhafatoso, mas porque estas roupas duram mais e possuem melhor qualidade. Por que humilhá-lo? Por que nos forçar a comprar roupas em lojas de rua?”, reclama uma das mulheres dos detentos. “Vão deixar meu marido nu”, completa.
A cadeia hoje comporta 700 presos, 200 além da capacidade. Muitos deles são italianos pobres ou imigrantes, que não possuem roupas para vestir e dependem de doações. A nova medida pretende criar a noção de igualdade entre os detentos.
“A imagem popular da prisão está ligada aos ternos de seda dos mafiosos e precisamos cancelar essa imagem. Precisamos acabar com as diferenças de classe e com as exibições de status, poder e riqueza”.
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